O que é a prudência?

Muitas vezes no contato com muitas pessoas, ouço algumas queixas do tipo: tomei a decisão errada, fui precipitado(a), devia ter esperado um pouco mais, pensado mais.... E aí me perguntam, o que me faltou? Respondo que faltou prudência. Por isso neste feed, falalrei o quanto a virtude da prudência pode ser poderosa quando bem usada. Dentre todas as virtudes, a prudência talvez seja a mais esquecida em nossos dias, o que não significa que não precisemos mais dela.

Inicialmente como podemos definir a prudência? Bom, a definição encontrada pela Filosofia é que a prudência forma junto com a coragem, a temperança e a justiça, o conjunto das quatro virtudes cardeais da Antiguidade e da Idade Média.

Já para o cristianismo a prudência é a virtude que dispõe a razão prática para discernir, em qualquer circunstância, nosso verdadeiro bem e para escolher os meios adequados para realizá-lo[CIC 1806]

 


Por que a prudência é importante?

Então, é a prudência que escolhe os meios para atingir os fins. Trata-se de uma virtude intelectual que tem a ver com o verdadeiro, com o conhecimento e com a razão.

Poderíamos dizer que essa virtude é um instrumento da razão, e é o próprio bom senso. Podemos comparar a um farol, a uma bússola, a um radar, a um termômetro, e serve para guiar os homens nos caminhos da vida, em todas as situações.

Olha só, a prudência baseia-se na memória do passado, no conhecimento do presente e, até onde é possível ao homem, na previsão das consequências da decisão. Ela também indica a medida justa das outras virtudes, entre o excesso e a falta, entre o exagero e a carência ou mediocridade.

A prudência relaciona-se com a inteligência; mais ainda, radica, segundo a tradição filosófica, na razão prática. Podemos dizer que a prudência é diferente da astúcia.

Como podemos ser prudentes?

É a prudência que condiciona todas as outras virtudes; nenhuma sem ela, saberia o que se deve fazer, nem como chegar ao fim que ela visa, ou seja, o bem.

Podemos dizer que na prudência há três atos: o conselho, o juízo prático e decisão reta; os dois primeiros são cognitivos e o terceiro é imperativo.

O primeiro passo da prudência é o reconhecimento das nossas limitações: a virtude da humildade. É admitir que em determinadas questões, não apreendemos tudo, que em muitos casos não podemos abarcar circunstâncias que não devemos perder de vista, ou seja, à hora de julgar. Por isso devemos buscar a ajuda de um conselheiro. Não de qualquer um, mas de quem for idôneo (...).

Depois, é necessário julgar, porque a prudência exige habitualmente uma determinação pronta e oportuna. Se algumas vezes é prudente adiar a decisão até se completarem todos os elementos de juízo, outras seria uma grande imprudência não começar a pôr em prática, quanto antes, aquilo que vimos ser necessário fazer, especialmente quando está em jogo o bem dos outros.

A prudência é virtude sempre presente, mas também previsora ou antecipadora. O homem prudente é atento a tudo. Ele presta atenção ao que acontece, ao que pode acontecer, sem desconsiderar o que já aconteceu, e jamais toma decisões precipitadas.

É nesse sentido que prudentia, termo latino que vem de providere, significa tanto prever quanto prover.

Assim, o homem prudente jamais comete os mesmos erros, nem repete as mesmas ações esperando um resultado diferente, porque sabe que os resultados dependem da escolha dos meios.

A prudência leva também em conta o imprevisto, porque sabe que não detém o controle de tudo, e que incidentes podem surgir, mas age sempre com cautela.

Qual o impacto da prudência em nossas vidas?

Muitas pessoas caem em desgraça por lhes faltar a prudência. Empresas vão à falência porque seus diretores não agiram com a devida prudência.

Diversas catástrofes ditas naturais ocorrem por falta da prudência aos homens.

Como geralmente se pensa mais nos fins que se deseja atingir, e pouco se leva em conta os meios para alcançá-los, muitos ficam pelo caminho.

E por que não dizer que o que realmente está ao nosso alcance é a escolha dos meios? Os fins podem ser estabelecidos, mas sempre dependerão dos meios.


Por que às vezes é difícil ser prudente?

Para ser prudentes não basta deliberar, aconselhar-se bem e julgar retamente o que se deve fazer. É preciso pôr em prática o que se julgou conveniente. Não o fazer, omiti-lo, seria imprudente.

É precisamente nisso que se podemos melhor perceber a relação íntima entre a prudência e a liberdade. Para pôr em prática o que se viu que convém fazer, é necessário não se deixar prender pelo medo, pela preguiça, por nenhuma armadilha montada pelo egoísmo ou pela soberba. Se bem que pode ser conveniente saber esperar para aconselhar-se e deliberar, uma vez que se tomou uma determinação, devemos pô-la em prática com rapidez e diligência.

Como a prudência nos ajuda a tomar decisões melhores?

Chamo aqui de a medida justa, pois podemos tomar duas atitudes em relação à prudência. A primeira seria a flexibilidade para saber adaptar-se a cada situação, sem se deixar atar pela rigidez de um dilema moral, que no fundo procede da soberba ou de um medo exagerado de errar.

A outra atitude é a disposição de retificar ou corrigir. “Não é prudente quem nunca se engana, mas quem sabe retificar os seus erros. Há coisas que fazemos bem, e coisas que fazemos mal. Devemos nos contentar e enchermos de esperança pela flexibilidade; e enfrentar sem desalento a disposição para retificar

Quais são alguns exemplos de situações em que precisamos de prudência?

A prudência não existe apenas nas pessoas, mas também nas organizações. Por exemplo, as decisões de governo, tomadas de ânimo por uma só pessoa, nascem sempre, ou quase sempre influenciadas por uma visão unilateral dos problemas. Por muito grandes que sejam a nossa preparação e nosso talento, devemos ouvir aqueles que compartilham conosco essa tarefa de governo.

Cada deve assumir plenamente a sua própria responsabilidade, manifestar livremente o seu parecer, sem se refugiar no anonimato. “Uma norma fundamental de bom governo é distribuir responsabilidades, sem que isto signifique procurar a comodidade ou o anonimato.

Por: Diácono Carlos A. Almeida

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