O que é liberdade?
Sobre o tema da nossa
conversa de hoje, duas perguntas se fazem necessárias:
a- Que significa que a pessoa
é livre?
b- Que é a liberdade?
Por isso, vamos dividir a
conversa em três tópicos, e quais são eles?
1. Diferentes dimensões da
liberdade
2. Liberdade e
responsabilidade
3. Liberdade humana e
salvação
1.Diferentes dimensões da liberdade: liberdade de coação e liberdade de escolha
A liberdade humana tem diversas dimensões
A liberdade de coação é aquela que a pessoa
pode realizar externamente o que decidiu fazer, sem imposição ou impedimentos
de agentes externos; é assim que se fala de liberdade de expressão, de
liberdade de reunião, etc.
A liberdade de escolha ou liberdade psicológica significa a ausência de
necessidade interna para escolher uma coisa ou outra; não se refere já à
possibilidade de fazer, mas à de decidir autonomamente, sem se estar sujeito a
um determinismo interior.
Em sentido moral, a liberdade refere-se,
sim, à capacidade de afirmar e amar o bem, que é o objeto da vontade livre, sem
se sentir escravizado pelas paixões desordenadas e pelo pecado. Neste texto
referir-nos-emos especificamente a esta última dimensão da liberdade.
O Catecismo da Igreja Católica no parágrafo 1731, define a liberdade como
«o poder, radicado na razão e na vontade, de agir ou não agir, de fazer isto ou
aquilo, praticando assim, por si mesmo, ações deliberadas. Pelo livre arbítrio,
cada qual dispõe de si. A liberdade é, no homem, uma força de crescimento e de
amadurecimento na verdade e na bondade. E atinge a sua perfeição quando está
ordenada para Deus, nossa felicidade completa».
2. Liberdade e responsabilidade
A liberdade implica a possibilidade de escolher
entre o bem e o mal e, por conseguinte, de crescer na perfeição ou fraquejar e
pecar. A liberdade é caraterística dos atos propriamente humanos. Converte-se
em fonte de aprovação ou de censura, de mérito ou demérito.
Na medida em que a pessoa pratica mais o bem,
vai-se tornando mais livre. Não há verdadeira liberdade se não está ao serviço
do bem e da justiça. A escolha da desobediência e do mal é um abuso da
liberdade e leva à escravidão do pecado: «Mas graças a Deus, vós, que fostes
escravos do pecado, obedecestes de coração ao modelo de doutrina ao qual fostes
confiados, e libertados do pecado, vos fizestes escravos da justiça». (Rm
6,17-18)
A liberdade
torna o homem responsável pelos seus atos na medida em que estes são
voluntários. O progresso na virtude, o conhecimento do bem e a ascese ampliam o
domínio da vontade sobre os próprios atos.
A imputabilidade
e a responsabilidade de uma ação podem ficar diminuídas e até suprimidas quando
há ignorância, inadvertência, violência, temor, hábitos, afetos desordenados e
outros fatores psíquicos ou sociais.
Qualquer ato voluntário é atribuível ao seu autor.
Uma ação pode ser indiretamente voluntária quando é consequência de uma
negligência em relação ao que se devia conhecer ou fazer, por exemplo, um
acidente provocado pela ignorância do código da estrada.
Um efeito pode ser tolerado sem ser desejado por
aquele que atua, por exemplo, o esgotamento de uma mãe junto à cabeceira do
filho doente. O efeito mau não é imputável se não foi voluntário nem como fim
nem como meio da ação, assim como a morte que aconteceu ao tentar auxiliar uma
pessoa em perigo. Para que o efeito mau seja imputável, é necessário que seja
previsível e que aquele que atua tenha possibilidade de o evitar, por exemplo,
no caso de um homicídio cometido por um condutor em estado de embriaguez.
O Catecismo nos parágrafos 1732 a 1738, bem como a
Declaração Dignitatis Humanae no n.2, diz: A liberdade exercita-se nas relações
entre os seres humanos. Toda a pessoa humana, criada à imagem de Deus, tem o direito natural de ser
reconhecida como ser livre e responsável. Todos os homens devem prestar
a qualquer um o respeito a que tem direito. O direito ao exercício da liberdade
é uma exigência inseparável da dignidade da pessoa humana, especialmente em
matérias morais e religiosas e concretiza-se
em que não se pode obrigar ninguém a atuar contra a sua própria consciência,
nem se pode impedir ninguém que atue em privado ou em público, só ou associado
com outros, dentro limites devidos. O direito à liberdade religiosa está
realmente fundado na própria dignidade da pessoa humana.
3. Liberdade humana e salvação
Pessoal, deem uma revisada no Catecismo da Igreja Católica nos nº 1739-1742
Já a Sagrada Escritura considera a liberdade humana
segundo a perspectiva da história da salvação. Por causa da primeira queda, a liberdade que o homem tinha
recebido de Deus ficou submetida à escravidão do pecado, embora não se tenha
corrompido por completo.
Pela sua Cruz gloriosa, Cristo obteve a salvação
para todos os homens. Resgatou-os do pecado que os tinha submetidos à
escravidão. Por isso, podemos gozar da “liberdade dos filhos de Deus” (Rm 8,
21)
A graça de Cristo, isto é, a sua própria vida em
nós, ajuda-nos a viver plenamente livres, segundo o sentido da verdade e do bem
que Deus pôs no coração do homem.
«Deus eterno e misericordioso, afastai de nós toda
a adversidade, para que, sem obstáculos do corpo ou do espírito, possamos
livremente cumprir a vossa vontade» (XXXII do Tempo Comum, Coleta: Missal
Romano)
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